A Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Jundiaí tirou de circulação na manhã desta sexta-feira (27) cerca de 20 mil porções de drogas no Jardim São Camilo. Esta foi a maior apreensão de entorpecentes já embalados na cidade. A polícia estima que renderia R$ 500 mil aos traficantes. Ninguém foi preso.

A droga estava em uma casa do bairro, que servia de centro de armazenamento. Segundo o investigador Leandro Basson, os traficantes guardavam o entorpecente em  caixas de isopor para amenizar o cheiro forte, evitando chamar a atenção de vizinhos, e também a ação de umidade.

Ao todo, foram encontradas 20 mil porções – metade crack e a outra parte cocaína – em mulas (pacotes que seriam distribuídos nos pontos de venda).“Entre as porções de coca, metade estava em tubetes brancos para melhor identificação. Isso porque nesses pinos há cocaína mais pura, comercializada por um preço maior”, explica o delegado Florisval Silva Santos.

Além disso, sete litros de lança-perfume e outros 120 frascos com o líquido também estavam no barraco.

Investigação/ Segundo o delegado, o trabalho foi realizado após dois anos de investigações e apreensões no bairro pela polícia de Jundiaí. “É uma importante ação para a cidade e só foi possível após muita investigação”, afirma.

Basson diz que o Jardim São Camilo está monitorado pelo setor de inteligência da Dise.

Na casa foram encontrados diversos cadernos com anotações do tráfico, além de nomes e apelidos de possíveis compradores.
“Isso dará margem para que as investigações continuem e, assim, poderemos chegar aos donos dos entorpecentes e prender os gerentes das bocas”, acredita o delegado.
Caderninho apreendido tem  Berruga, Galinha…
Delegado Ítalo Miranda Júnior ressalta que anotações serão importantes para que a Polícia Civil continue na busca pelos chefões do tráfico

O delegado seccional de Jundiaí, Ítalo Miranda Júnior, acredita que com a apreensão de ontem  o setor de investigação poderá trabalhar para chegar até os chefões do tráfico. “Há dois anos temos dado muito prejuízo aos traficantes. Isso é um trabalho que vem sendo desenvolvido com rigor e agora, com as anotações apreendidas, será possível ampliar as redes de investigações”, avisa.

Apelidos  como Galinha e Berruga são alguns dos encontrados nos cadernos, que também têm nomes. Dados mostram ainda a quantidade de “farinha” (cocaína)  e “pedra” (crack) negociada pelos traficantes nos últimos meses. “As investigações vão apontar de onde essa droga vem.”

Segundo o delegado, em operações como a realizada ontem, a polícia se sente com parte do dever cumprido. “Passamos vários meses ouvindo as quadrilhas [por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça], investigando a chegada da droga, identificando os suspeitos. Quando conseguimos uma grande apreensão temos orgulho de mostrar à sociedade que tiramos essa droga das mãos dos traficantes.”

O delegado aponta que o orgulho só não é maior porque ninguém acabou preso. “As equipes fizeram o acompanhamento da quadrilha por vários dias, mas eles possuem comunicadores e quando avistam a polícia, se escondem pelo bairro.”

Golpe/ Ele destacou ainda  o que uma apreensão dessas representa ao tráfico de Jundiaí. “Quebramos uma cadeia produtiva. Eles perderam tempo separando as porções, embalando nos tubetes e depois ensacando em pacotes com doses contadas. Todo esse trabalho foi perdido.”

O seccional lembra ainda a apreensão feita em fevereiro, dias antes do Carnaval. “Daquela vez também tiramos muita droga das mãos dos traficantes em uma sexta-feira, o que quebra o movimento do fim de semana”, comemora.

3 mil
comprimidos de ecstasy foram apreendidos no dia 28 de junho no São Camilo. A droga estava com um adolescente de 17 anos

10 kg
É a quantidade de pasta base de cocaína apreendida em uma casa na Vila Ana. O montante renderia R$ 500 mil aos traficantes.

20 kg
Policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) apreenderam cerca de 10 kg de maconha, 9 kg de crack e 2 kg de cocaína com um homem de 33 anos, no Vista Alegre, em junho.

33 kg
Em fevereiro, a Dise localizou 33 kg de cocaína pura no Jardim São Camilo. A droga era escondida por um adolescente de 17 anos que mantinha os 29 sacos de cocaína em uma residência. O montante renderia R$ 3 milhões ao tráfico.

37 kg
Uma adolescente de 16 anos foi surpreendida em janeiro com 30 barras de maconha hidropônica, sacos com cocaína e crack que estavam escondidos embaixo de sua cama. A droga estava em uma casa no Jardim Tarumã.

400 kg
de entorpecentes  foram incinerados em novembro do ano passado, entre eles maconha, cocaína, frascos de clorofórmio, pó utilizado em mistura de drogas e até uma muda de planta de maconha. Todo o montante foi apreendido pela Dise na região de Jundiaí.

Fonte: Rede Bom Dia