Sonho de Gilberto Gil acontece em Jundiaí
terça-feira, 6 de setembro de 2011Quando o músico Gilberto Gil ocupou a cadeira do Ministério da Cultura, em Brasília, disse que a descentralização do setor no país exigia algo parecido com as agulhadas da acupuntura. Nascia disso a proposta dos “pontos de cultura” para entidades sociais.
Entre esses casos na região de Encontra Jundiaí, apoiados também pela Secretaria Estadual de Cultura, está a associação cultural do Quilombo Brotas, em Itatiba, que coloca jovens para redescobrirem a história desse raro quilombo urbano do estado
Em Campo Limpo, onde o ponto “Arte a Campo” é mantido pela ONG Caminho Verde, alguns atrasos de repasse de verbas do projeto no começo do ano estão sendo superados com a volta dos saraus e dos cursos de artes como quadrinhos e cerâmica, entre outras. “Estamos fazendo intercâmbio com os grupos de jongo e percussão”, conta Ede Galileu, integrante da coordenação do projeto.
Em Louveira, o projeto ligado com a rádio comunitária Novo Tempo, do bairro Santo Antonio, formaDJs e projetos ligados à música e dança.
“Os pontos de cultura estão fortalecendo experiências que já aconteciam mas eram irregulares”, afirma Eric Honório, 27, coordenador do ponto Aneto. Inspirado em uma palavra africana que significa semente ou criança, trabalha com grupos de locais como Vila Ana, Vista Alegre, Novo Horizonte e outros.
Em Jundiaí, as parcerias em torno do projeto do Clube 28 já mostram as sinergias possíveis, como é o caso do grupo de capoeira Nação Cultural (com aulas abertas ao publico nas noites de quarta e tardes de sábado), da premiada Companhia Kahal, da dança de rua vencedora de concurso no SBT, da produtora Leso Vídeo para as oficinas audiovisuais e até da ex-miss Pérola Negra, Carla Ismael, com o novo “afroragga”.
DESAFIOS AO SETOR
Estímulo cria novas demandas
O presidente do Clube 28, Luiz Antonio de Souza (Sabiá), diz que vídeos e danças serão levadas ao 1º Fórum Paulista de Clubes Negros, no dia 17 em Araraquara. “Somos a referência com nossos 114 anos. Mas ainda vamos ver como recuperar assoalho e telhado”, diz. O mesmo vale para demandas não escritas nos projetos em outros pontos.
Empresas ainda não aderiram
A multiplicação de projetos de pontos de cultura, além das mudanças de titulares de governo, ainda enfrenta a distância do setor privado acostumado ao retorno de espetáculos na Lei Rouanet (que na região de Jundiaí ainda é também pouco usada pelo empresariado).
Secretaria de Cultura vê o movimento “essencial”
A novidade lançada em 2004 pelo então ministro Gilberto Gil chegou somente em 2010 em Jundiaí e região. Mas os efeitos já são evidentes para quem trabalha com o setor.
“Os pontos são algo muito importante mesmo. Os órgãos culturais buscam ser mais democráticos, mas a demanda é grande. Os pontos abrem novas oportunidades, é um avanço da cidadania”, afirma a diretora de cultura Reviany Barufaldi, da Secretaria da Cultura de Jundiaí.
Há duas semanas, o órgão anunciou que em 2012 deve ser reservado no Orçamento a estreia do fundo municipal de R$ 500 mil para editais de fomento de projetos da comunidade. E a proposta de leis de incentivo à cultura ficou entre as 12 mais apoiadas do concurso Cidadonos, da ONG Voto Consciente.
Em São Paulo, um dos pontos de articulação é o Instituto Pólis, que fez diversos encontros de jovens envolvidos nesses projetos sobre a criação da cultura da paz.
Fonte: Rede Bom Dia
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