Jundiaí resolve 50% dos homicídios
quinta-feira, 4 de abril de 2013A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) chega a um ano de trabalho com uma nova equipe e comemora ter solucionado a metade dos 24 homicídios de Jundiaí de abril último para cá. Apesar da sensação de falta de segurança na cidade de Jundiaí que muitos têm em nossas ruas, o delegado Marcel Fehr e os investigadores têm priorizado esse tipo de crime.
E acreditam que a cada novo bandido preso, é dada uma lição a outros que planejam agir na cidade. Essa semana, a DIG deverá anunciar a solução de outros três casos.
O mais recente crime que teve os suspeitos identificados e com prisões temporárias decretadas foi o do ajudante José Roberto Souza Ramos, 28 anos, morto a facadas no dia 15 passado, no Jardim São Camilo. Ele morreu na porta de casa e o motivo foi um aparelho de som quebrado. Após 15 dias, os agressores, pai e filho, tiveram a prisão decretada e foram indiciados.
O pedreiro Gilvan Gomes da Silva, 54, e Givalnido Edenildo Soares da Silva, 26, foram identificados por testemunhas.
Segundo Marcel Fehr, o depoimento de testemunhas, inclusive, é fundamental para as investigações darem resultado.
“O caso do Christian Friedrich Niklaus, morto em julho do ano passado no Anhangabaú, estava difícil, porque as pessoas tinham receio de falar”, explica o delegado. Porém, no fim do mês passado, a DIG conseguiu chegar no autor do crime após testemunhas decidirem falar.
Welington de França Nunes, 20, foi reconhecido pelas pessoas que estavam no local no dia do crime. “A pessoa não vai ficar cara a cara com o criminoso, vai ver os suspeitos por um vidro, não corre nenhum risco no reconhecimento”, diz.
Prioridade
Segundo Fehr, priorizar os homicídios é uma solicitação do delegado Seccional de Jundiaí, Ítalo Miranda Junior. “A solução dessas ocorrências é uma resposta da Polícia Civil para os familiares”.
O delegado explica, no entanto, que prioridade é uma coisa e precipitação outra. De acordo com ele, é preciso seguir os critérios dentro da lei. “Injustiça é fazer justiça a qualquer preço e não é esse o nosso trabalho aqui”, diz.
Para Fehr, a média de esclarecimentos de crimes em Jundiaí e região é elevada se comparada com outras cidades. Em todo o país, segundo ele, não se consegue solucionar 50% dos homicídios.
Há 13 anos na polícia, o jundiaiense diz que já se acostumou com esse tipo de investigação e nunca recebeu ameaças. “O bandido não gosta de ser acusado ou torturado injustamente e quando a polícia respeita, ele sabe que ao ser pego, é porque a gente já tem provas suficientes contra ele.”
Caso do ‘Rei do Morango’ serve de exemplo
Sob a investigação de Marcel Fehr, a DIG resolveu outros dois homicídios que chocaram Jundiaí e região. O primeiro, ocorrido em março de 2010, em Jarinu, tirou a vida de Élcio Donizete Spinassi, o ‘Rei do Morango’, morto por um tiro.
Samara Soares Costa, então sua mulher, foi indiciada como a autora do disparo. Apesar de ter a prisão preventiva negada pela Justiça, a viúva não pode deixar Jarinu sem justificativa e teve o passaporte retido. “Ouvimos várias testemunhas e usamos as provas periciais. A versão dela acabou ficando isolada, por isso ela passou a ser a principal suspeita”, afirma o delegado.
O outro caso foi o que vitimou uma avó e seu neto, que foram encontrados mortos com golpes de faca na Vila Hortolândia, em dezembro de 2012. Neide Ferreira de Araújo, 49, e Gustavo, 11, foram vítimas de um conhecido da família, Carlos Gonçalves da Silva, 48, o Mineiro.
Ele teria matado a mulher e o neto porque ela não queria mais manter relacionamento com ele. “Este crime foi mais fácil, porque estávamos no local dos fatos enquanto os corpos ainda estavam lá e costumamos dizer que o cadáver fala”, explica Marcel.
Segundo ele, é uma oportunidade interessante essa de poder colher ‘a primeira impressão’ e, a partir dela, abrir uma série de análises – até qual era o clima na cidade no dia do crime, por exemplo. No caso de Mineiro, os depoimentos dele não batiam com o que indicava investigação.
Fonte: Rede Bom Dia
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