Jundiaí: Celebração litúrgica envolve a comunidade a partir desta quinta-feira
quinta-feira, 21 de abril de 2011Olivar Acorci, 79 anos, aposentado, é um dos organizadores das celebrações de Páscoa na Catedral Nossa Senhora do Desterro desde a década de 1950, quando se tornou membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Neste ano, porém, ele deixa os bastidores e se torna um dos personagens principais durante o rito de lava-pés na missa que celebra a Santa Ceia do Senhor (nesta quinta-feira (21) às 19h).
Olivar representará um dos 12 apóstolos de Jesus, conforme os ensinamentos bíblicos. “Sempre tive vontade de um dia ser um dos apóstolos. Esse dia chegou”, diz, com simplicidade.
Para o aposentado, a Páscoa é o momento de estreitar a relação com Deus e, também, de pedir ajuda divina para enfrentar o dia a dia. “Minha mulher morreu no ano passado. Então, nesta Páscoa, só o que peço a Deus é força mesmo, porque está sendo muito difícil”, diz.
A comunhão com Jesus Cristo é o verdadeiro significado das celebrações pascais, de acordo com o padre Nilton Rogério Vicente, chanceler da Diocese de Jundiaí e vigário paroquial da igreja Santa Terezinha, na Vila Rio Branco. “Tem gente que participa das celebrações porque acha os rituais todos muito bonitos”, avalia o padre.
“Hoje as pessoas querem respostas imediatas para os seus problemas e questionamentos, e nem sempre encontrarão isso na palavra de Deus porque há passos a serem seguidos. Mas nem todos estão dispostos a fazer isso.”
Além da religiosidade /Para quem tem fé em Deus, o envolvimento com as celebrações da igreja é inevitável, principalmente quando se trata da Páscoa, a mais importante delas. “É a ressurreição de Cristo”, enfatiza o seminarista da catedral Jonatas Rodrigues da Silva. Segundo ele, a Catedral Nossa Senhora do Desterro deve receber, em média, de 800 a mil fieis por dia durante a Páscoa. Mas o perfil de público é diversificado.
“Temos aqueles que vêm simplesmente porque é Páscoa, outros são atraídos pela beleza das celebrações e, enfim, existem os que têm compromisso com Deus e se sentem espiritualmente envolvidos mesmo”, explica Jonatas.
Relação de intimidade / A aposentada Maria Becati, 71, frequenta a igreja desde criança. E nunca foi apenas uma espectadora. “Comecei a cantar na igreja quando ainda era uma menina”, conta. Atualmente, Maria é integrante do coral Schola Cantorum. Mas, além das participações que faz com o grupo durante as missas de Páscoa, tem outro desafio – interpretar o canto de Verônica.
“A Verônica foi a mulher que enfrentou os soldados para enxugar o rosto de Jesus no momento em que ele estava sendo levado para a crucificação”, explica. O canto é de lamentação e exige não apenas uma bela voz. “O desafio é representar, tenho que emocionar as pessoas e controlar a minha própria emoção.”
O ritual ocorre nesta sexta-feira (22), às 21h, durante a procissão do enterro do Senhor pelas ruas do Centro. “Fazia três anos que eu não cantava o canto de Verônica”, completa Maria.
Nesta sexta-feira (22), ela volta a se vestir de preto e terá nas mãos o sudário, que representa o lenço com o qual Verônica enxugou o rosto de Jesus.
Teatro como uma ferramenta de evangelização para a igreja
Uma história que começa com os 40 dias de luta enfrentados por Jesus no deserto e mostra a traição de Judas, a agonia no Monte das Oliveiras, o julgamento, a condenação, o sofrimento para carregar a cruz, a tortura, a crucificação e, enfim, a ressurreição de Cristo. É isso o que será interpretado nesta sexta-feira (22) em diversas igrejas da cidade com a proposta de evangelizar.
Na Paróquia Santa Rita de Cássia, no Morada das Vinhas, cerca de 60 pessoas formam o grupo de teatro que irá encenar a história de Jesus Cristo. A apresentação começa em frente à escola municipal Professor João Fernandes Neto, na rua Uva Niagara, e termina no salão da igreja. “São dois quilômetros de percurso, mais ou menos”, diz Claudete de Lima, uma das organizadoras.
Segundo ela, a encenação ocorre há três anos no bairro e os ensaios começam sempre com dois meses de antecedência. “O teatro sensibiliza as pessoas, faz refletir. É gratificante contemplar uma lágrima no rosto daqueles que se emocionam com a encenação”, afirma.
Em Jundiaí, várias paróquias fazem a encenação da Paixão de Cristo, como a Santa Terezinha, na Vila Rio Branco; Nossa Senhora do Carmo, no Jundiaí Mirim; São Camilo de Lelis, no Jardim São Camilo; e Sagrado Coração de Jesus, no Caxambu.
“É uma experiência muito gratificante e eu considero como um chamado de Deus mesmo”, afirma Marcelo Botelho Lanzellotti, 39, faturista, que interpreta Jesus no teatro da Paróquia Santa Rita de Cássia.
Programação na catedral em Jundiaí:
Nesta quinta-feira (21)
Missa da Ceia do Senhor e Lava-Pés com o bispo diocesano, às 19h.
Nesta sexta-feira (22)
Adoração da cruz às 15h; descimento da cruz às 20h; procissão do enterro do Senhor às 21h.
Sábado
Vigília Pascal presidida pelo bispo diocesano.
Domingo
Procissão do Senhor Ressuscitado e Nossa Senhora da Glória às 6h; missa solene de Páscoa às 7h; missa às 9h; missa presidida pelo bispo diocesano às 11h15 e missa às 18h30.
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