Furto de iPads desafia a polícia de Jundiaí
segunda-feira, 16 de abril de 2012O sumiço de sete iPads da Apple, no início da semana, levados de uma sala vigiada na nova fábrica da multinacional Foxconn, em Jundiaí, está intrigando a polícia. Os investigadores tiveram que entrar em contato com a empresa na última sexta-feira para ter um posicionamento sobre o caso e, assim, conseguir tentar descobrir como os aparelhos, que ainda nem estão no mercado, desapareceram. Mas pouco avançaram nas investigações.
O crime foi percebido na segunda-feira, mas só foi comunicado à polícia dois dias depois. Na ocasião, um DVD chegou a ser entregue para a polícia, com imagens de câmeras de monitoramento, mas sem nenhum arquivo gravado.
Nesta sexta circulou na internet que a polícia desconfiava de espionagem industrial, mas o delegado responsável pela investigação, Antônio Seleguim Júnior, descarta. “Não há evidências”, afirma.
Sem se pronunciar
A polícia reclama da falta de colaboração da empresa, que nunca assumiu publicamente a produção de equipamentos da norte-americana Apple na cidade, apesar de já ter cerca de 1,5 mil funcionários na linha de produção e já existirem smarphones iPhone com o endereço de Jundiaí na caixa.
Segundo Seleguim Júnior nesta sexta à tarde nenhum representante havia comparecido à delegacia, apesar dos pedidos, com as imagens do circuito interno para o esclarecimento do crime, divulgado com exclusividade pelo BOM DIA na última quinta e que, a partir de então, tem sido um dos assuntos mais comentados na rede social Twitter, inclusive no exterior.
“Nem sequer sabemos se existem imagens do interior da sala, porque o representante da empresa que prestou queixa não soube informar. Já entramos em contato, mas eles não comparecem à delegacia”, reclama o delegado.
Segundo a polícia, o condomínio industrial exclusivo para a Foxconn tem cerca de 400 câmeras espalhadas pelas linhas de produção, nas catracas de entrada e saída, próximo aos vestiários e áreas externas. E os funcionários são obrigados a passar por detector de metais quando entram e saem do prédio no bairro dos Fernandes.
O delegado afirmou ter recebido a informação de que não houve arrombamento na sala onde estavam guardados os aparelhos. Acreditamos numa possível falha do sistema de segurança da empresa.”
O fato de o registro da ocorrência ter demorado dois dias indica, para ele, que a Foxconn está tomando providências internas, mas ainda não esclareceu o que tem feito. Todas as pessoas envolvidas ou suspeitas serão chamadas a prestar depoimento.
“O funcionário que prestou queixa apontou que somente uma pessoa teria a chave da sala onde estavam os iPads, mas não sabemos se naquele dia, por algum motivo, a sala ficou aberta, ou se outras pessoas também tinham acesso ao local apenas em emergências.”
Segurança
Fontes revelaram que após a divulgação do caso, funcionários voltaram a passar por vistoria rigorosa na saída da Foxconn depois dos furtos. A empresa não quis comentar o assunto.
Assalto
Em abril de 2008, uma quadrilha formada por cerca de 14 homens e quatro mulheres, disfarçados de policiais federais, roubou 2 mil computadores produzidos em outra unidade da Foxconn em Jundiaí.
Na ocasião, uma sexta-feira à noite, parte do bando sequestrou o engenheiro de segurança da empresa, na avenida 9 de Julho. A família do funcionário foi mantida refém até a manhã do dia seguinte, quando o engenheiro foi obrigado a ir até a fábrica, acompanhado por um dos bandidos.
Um outro carro seguiu a dupla e os cinco ocupantes usavam coletes da Polícia Federal.
O bando teve acesso ao interior da empresa, rendeu seguranças e os cerca de 80 funcionários que estavam na Foxconn naquele momento. Três caminhões foram usados para levar os equipamentos.
O circuito interno foi roubado impedindo assim a possibilidade de identificar os bandidos por meio de imagens. Dias depois, a Polícia Civil apreendeu aproximadamente R$ 4 milhões em equipamentos de informática em Osasco.
Fonte: Rede Bom Dia
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