Fim das enchentes é legado do rio Jundiaí
quinta-feira, 29 de setembro de 2011Um movimento de bairros que cresceram sobre antigas várzeas do rio guia de Jundiaí e viu o fim das enchentes comuns até 1994, divulga alerta para a manutenção dessas conquistas.
“Nossa cidade foi muito ativa nesse processo, de moradores a governantes. Agora a preocupação é com a despoluição de Campo Limpo e Várzea Paulista e os cuidados com a obra”, diz Egas Vieira Cecato.
Ele foi o primeiro presidente do Comarju (Comissão de Moradores das Áreas Ribeirinhas do Rio Jundiaí), surgido depois das duas enchentes de fevereiro daquele ano e formada por cinco moradores de cada bairro atingido – Jardim Danúbio, Vila Rio Branco, Vila Margarida, Vila Agostinho Zambom, Jardim Rio Branco e Vila Liberdade.
Sem a mesma organização, parte dos integrantes e outros novos fazem nesta sexta-feira (30) uma reunião com o secretário Sinésio Scarabelo, de Obras, para esclarecer como a nova ponte do Maxi Shopping vai evitar ser obstáculo para as águas.
“Mas hoje a questão envolve também a Vila Hortolândia, que teve o rio canalizado nos últimos governos”, diz lembrando o grupo de 300 pessoas reunidas na sede do clube Rio Branco e da frase do engenheiro João Barcelos, em 1996, de que a obra garantiria tranquilidade desde que tivesse reparos de cinco em cinco anos.
Outros coordenadores do movimento, depois dele, foram Leone Antonio Corradin e Celso Luiz Arantes. Para este, o assoreamento é hoje a principal preocupação. “Toda a água da cidade desce para o rio, por isso é chamado de bacia. E existem dezenas de pontos onde o talude lateral está cedendo. Há obras constantes, mas com novas pontes é importante estarmos acompanhando”, diz.
Ambos oscilam sobre o papel do líder tucano André Benassi, então prefeito, na obra que mudou essa parte do vale do rio Jundiaí. Para Egas, o destaque é a sensibilidade política que entendeu as manifestações. Para Celso, foram estas que levaram ao projeto. “Tivemos a Câmara lotada e o então presidente, Jorge Haddad, abriu o microfone aos participantes. O prefeito chegou a dizer que não havia recursos e depois buscou financiamento federal. Foi o movimento mais bem organizado da cidade”, diz com nostalgia.
Mudanças/ O Jundiaí era um rio com curvas normais até ser retificado na década de 1960 (a avenida viria na década seguinte). Mas até 1994, no trecho abaixo da Vila Graff, era parecido com o trecho atual perto da Vulcabrás, com barrancos e ainda pedaços de mata. Hoje tem novas árvores crescendo nas margens e vai ter uma zona de proteção para além do Distrito Industrial.
Iniciativa vai mapear riachos e qualidade de águas em Jundiaí
A diretora de meio ambiente Renata Freire, da Secretaria de Planejamento, afirma que a falta de mapa dos córregos e rios secundários do município deve ser resolvida em breve.
“Estamos articulando um projeto amplo ao lado do Domenico (Tremaroli)”, diz referindo-se ao presidente do Conselho de Meio Ambiente e também gerente regional da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado).
A meta é caracterizar os cursos de água, rurais e urbanos, em qualidade das águas, oxigênio dissolvido, colimetria, assoreamento e permeabilidade. Os dados podem permitir a recuperação de alguns deles, no processo que vai melhorar o próprio rio Jundiaí com o tratamento de esgotos de Campo Limpo e Várzea, a montante de Jundiaí, em 2013.
A iniciativa deve envolver outras secretarias e também a DAE, empresa municipal de águas e esgotos, responsável pelos rios de abastecimento humano. Procurado pelo BOM DIA, seu presidente Wilson Engolhm não foi encontrado para detalhar sua participação.
“Estamos ainda na etapa inicial, mas é uma necessidade para o município”, acrescenta Renata.
O rio Jundiaí é o eixo de um sistema hídrico, recebendo as águas de outros rios como o Jundiaí-Mirim, o Guapeva, o Ribeirão Caxambu, o Córrego do Moisés, o Córrego do Mato e muitos outros que também possuem seus próprios afluentes.
Na zona dos mananciais do rio Jundiaí-Mirim, inclusive, tem uma consulta pública sobre a revisão do Plano Diretor nesta quinta-feira (29), às 19h, no Clube Caxambu.
Fonte: Rede Bom Dia
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