Hipervalorização do setor imobiliário em Jundiaí
quinta-feira, 1 de setembro de 2011O mercado imobiliário em Encontra Jundiaí está aquecido e não há quem diga ao contrário. Mas é mesmo no bolso, seja de quem recebe ou de quem paga a conta, que se comprova o quanto o cenário mudou.
Em dez anos o valor dos imóveis e alugueis triplicou na cidade, de acordo com o presidente da Acijun (Associação dos Corretores de Imóveis de Jundiaí e Região), Edmar Ferigato. Um aumento maior que o IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), que teve alta de 110% na década.
“Na região central, o cliente chega a pagar por volta de R$ 400 mil pelo ponto, mais aluguel em torno de R$ 40 mil no caso de imóvel de 500 metros quadrados”, diz.
Mas isso, claro, quando o interessado encontrar um imóvel disponível. Regiões como Centro, avenida 9 de Julho e rua do Retiro estão entre os mais cobiçados atualmente.
“Na rua do Retiro praticamente não existem mais imóveis para fins comerciais”, confirma Marco Barreto, presidente da Rede Imobiliária.
Esse contexto explica as dificuldades enfrentadas pelo empresário italiano Fábio Costantini, 35 anos, que demorou dois meses e meio para encontrar um imóvel comercial de 50 metros quadrados que atendesse suas expectativas. O espaço, mesmo pequeno, é ideal para o perfil de uma trattoria, típico restaurante italiano que “remete ao aconchego”, diz. Mas foi necessário um investimento de R$ 35 mil para transformar o ambiente onde funcionava um centro automotivo, na avenida Henrique Andrés, no Centro
A busca por um imóvel pode durar um único dia ou vários meses, diz o presidente da Rede Imobiliária. “Há quatro anos a realidade era totalmente diferente. O cenário atual é consequência do bom momento econômico do país e do desenvolvimento de Jundiaí, que atrai cada vez mais investidores.”
Investimento / O potencial do mercado jundiaiense foi visualizado por grandes incorporadoras há alguns anos, na opinião do corretor de imóveis Robson Aparecido dos Santos, que trabalha com empreendimentos comerciais.
“No fim de 2012, quando muitas salas serão entregues, vai dar para ter uma ideia de como o mercado irá se manter. Mas creio que ainda haverá demanda”, afirma.
Para ele, vender salas comerciais em Jundiaí não é tarefa das mais difíceis, mesmo com o valor do metro quadrado na região central quase alcançando a média de preços de zonas nobres da capital, como as proximidades da avenida Paulista. “A média do metro quadrado aqui é R$ 7 mil. Lá, R$ 9 mil”. Para exemplificar o aquecimento do mercado, ele cita o caso do empreendimento CBM Tower, na avenida 9 de Julho. Em menos de um ano de lançamento está com 95% vendido.
Lado oposto / Já o dono de um imóvel de 150 m² na rua Marechal Deodoro da Fonseca, no Centro, o advogado Eduardo Portela, 46, é exemplo de um investidor no segmento imobiliário. Durante quatro anos a casa manteve-se sempre alugada e, a partir do momento em que optou pela venda, se surpreendeu com o número de interessados.
“Faz um mês que coloquei o imóvel à venda e já estou com o negócio fechado”, diz. A casa está avaliada em R$ 370 mil.
De acordo com Marco Barreto, não há estimativa do número de imóveis ou salas fechadas na região central da cidade, mas a única justificativa para esse tipo de caso tem referência em preços. “Normalmente é porque o proprietário coloca o preço de venda ou locação muito acima da média do mercado”, diz.
Demanda por salas comerciais é maior que oferta
Em edifícios comerciais já tradicionais na cidade, como Nino Plaza e Mariju, ambos no Centro, o número reduzido de salas disponíveis é mais um fator que comprova o aquecimento do mercado. Há respectivamente duas salas para locação no primeiro e somente uma no segundo, sendo que o Nino Plaza soma mais de 80 salas e o Mariju, 40.
“Estamos com essas salas há 15 dias. A locação é rápida porque o valor se destaca na comparação com um empreendimento novo, em que o pessoal está pedindo um valor absurdo por metro quadrado que chega a R$ 3 mil”, diz o corretor Antônio Marcos Santos, da Cortizo, No Nino Plaza, os alugueis variam de R$ 1,2 mil a R$ 2 mil, além da taxa de condomínio de R$ 450,00.
Supervalorização preocupa
Ao mesmo tempo em que não questiona o aspecto positivo do bom momento do setor imobiliário em Jundiaí, o presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Jundiaí), Ricardo Diniz, se diz preocupado com a supervalorização atual. “Se um pequeno empresário quer sair de uma estrutura de 500 metros quadrados para outra de 1 ou 2 mil metros quadrados, depara-se com os altos preços em Jundiaí e acaba optando por expandir os negócios em cidades da região, o que não é bom para a economia em todos os sentidos”, avalia.
Mas isso não significa que o cenário de 2009, época de crise econômica mundial, tenha deixado saudade. “Houve recuo e espaços comerciais que chegaram a ficar seis meses com as portas fechadas.”
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é o número de empreendimentos comerciais que foram autorizados pela prefeitura somente neste ano.
Fonte: Rede Bom Dia
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