Jundiaí ganha 400 novos motoristas por mês
segunda-feira, 11 de junho de 2012Jundiaí ganha, em média, 400 novos motoristas por mês segundo dados da 24ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito). E de acordo com a delegada Ligia Capelette Basile Bonito, o número só não é maior, porque o índice de reprovação nas provas teórica e prática é alto.
Somente no ano passado, a Ciretran emitiu 11,3 mil CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação), sendo que deste total 5,5 mil são de primeira habilitação. Nos primeiros cinco meses deste ano já foram emitidas pouco mais de 2 mil CNHs para novos condutores.
Trânsito complicado
Apesar do número ser alto, para a delegada o trânsito pesado – com aumento de congestionamentos – que a cidade vem enfrentando ao longo dos últimos anos não se deve ao mau preparo dos condutores.
“Não sabemos explicar o que acontece, mas tem muito motorista que muda quando está no trânsito. O estresse e a pressa atrapalham o fluxo”, diz.
Segundo ela, há motoristas que, por indicarem com sinalização que vão mudar de faixa, acham que podem fazer isso sem prestar atenção se quem está atrás visualizou a seta e deu espaço.
“Isso é sinal de má educação no trânsito, mas é uma cultura difícil de ser mudada de uma hora para outra”, afirma. Segundo a delegada, apesar disso, muitos instrutores de auto-escolas indicam casos de alunos que completam o quadro mínimo de aulas práticas (20 horas, sendo 16 diurnas e quatro noturnas), mas que ainda não estão preparados para assumir o volante de um carro.
“Tem muito candidato que surpreende e não enfrenta dificuldade na hora de passar na avaliação, mesmo com o instrutor indicando mais aulas práticas. Mas também há casos de pessoas mal preparadas e que podem passar no teste, porém cometer erros no trânsito do dia a dia.”
Superação
A estudante de direito Caroline Bitencourt Gouveia, 19 anos, superou o medo depois de três acidentes sofridos durante a infância e adolescência. “Eu não conseguia entrar no carro de ninguém, só andava de ônibus ou trem.”
Mas o apoio de terapia ajudou a superar o medo e a jovem está fazendo o curso prático para tirar sua carteira de habilitação, o que para ela não é uma tarefa das mais fáceis.
“Já fiz o teórico e demorei quase cinco meses para entrar no carro da auto-escola e virar a chave”, lembra. “Já completei mais de 30 horas de aula prática e ainda não me sinto preparada para enfrentar o trânsito, por isso não vou fazer o teste ainda.” Apesar de não haver um número máximo de aulas práticas exigidas, o aluno precisa pagar por cada uma (o preço gira em torno de R$ 70 a aula em Jundiaí).
Um terço é reprovado na prova
Os candidatos que fazem a prova prática são avaliados em um circuito, além de serem testados em baliza. Parece simples, mas o nervosismo pode atrapalhar. Um terço das pessoas que buscam tirar sua CNH pela primeira vez não passa no teste.
Em 2011, 8,3 mil pessoas foram aprovadas no exame prático enquanto que outras 3,8 mil acabaram reprovadas. Já na parte teórica, 5,8 mil passaram enquanto 1,8 mil não completaram o mínimo de pontos exigidos.
Este ano, dos 4,8 mil candidatos que fizeram os exames, mais de 1,5 mil não conseguiram concluir o exame prático.
Se reprovado, o candidato tem o prazo de um ano para tentar refazer o teste. Para cada nova prova a ser realizada, é preciso pagar uma taxa de R$ 50,71.
Faltas graves são sinônimo de reprovação
– Desobedecer à sinalização de semáforo ou de parada obrigatória (placa pare)
– Avançar sobre o meio fio
– Não colocar o veículo na área balizada, em no máximo três tentativas, no tempo estabelecido
– Derrubar as balizas na vaga
– Andar na contramão de direção
– Não completar a realização de todas as etapas do exame
– Avançar a via preferencial
– Provocar acidente durante a realização do exame
– Exceder a velocidade indicada na via
– Cometer qualquer outra infração de trânsito de natureza gravíssima
O que fazer para tirar a primeira Habilitação
1- Procurar uma auto-escola de confiança
É importante que o candidato seja bem orientado, cumpra as horas de aulas prática e teórica, conforme a determinação do Código de Trânsito, em auto-escolas regulamentadas.
2 – Fazer os exames médico e psicotécnico
Durante esses exames serão avaliadas condições físicas dos candidatos e motoras, como reflexo.
3 – Cumprir carga horária mínima nos cursos teórico e prático
O curso teórico tem carga mínima de 45 horas. No conteúdo estão inclusas aulas de legislação (18 horas), direção defensiva (16 horas), pronto-socorro (quatro horas), meio ambiente e cidadania (quatro horas) e mecânica básica (três horas). Após essa etapa, o candidato faz um exame teórico contendo 30 questões e terá de acertar no mínimo 21, ou seja, 70% para a aprovação. Depois disso, o candidato faz 20 horas de aulas práticas de 50 minutos cada uma pra cada tipo de veículo que for se habilitar. Deste total, 16 horas são em período diurno e outras quatro, noturno. Após isso, é feita a prova prática com avaliador da Ciretran.
Fonte: Rede Bom Dia